O primeiro fator que compromete a Segurança Alimentar no Brasil, incluem as mazelas sociais. Assim, é muito importante, compreender pelo menos três conceitos: pobreza, fome e desnutrição. De acordo com vários pesquisadores, há uma estreita relação entre esses conceitos, mas cada um possui uma definição própria.
A pobreza ocorre quando, por falta ou insuficiência de renda, as pessoas não conseguem ter acesso aos meios de subsistência básicos, tais como alimentação, saúde, habitação, vestuário e educação, entre outros elementos necessários para uma vida com o mínimo de qualidade.
A fome ocorre quando as pessoas não conseguem obter uma alimentação diária que supra suas necessidades de energia requeridas para a manutenção de seu organismo, considerando as várias atividades físicas normais do ser humano.
A desnutrição, que geralmente acompanha as situações de fome e pobreza, decorre da inadequação alimentar tanto nos aspectos quantitativos (energéticos) quanto nos qualitativos (nutrientes).
Isso implica dizer que a fome não é a única causa da desnutrição. Quando uma determinada comunidade é acometida por fome, inevitavelmente acontecerá a desnutrição. Mas é bastante comum a ocorrência da desnutrição em pessoas que possuem suas necessidades energéticas atendidas, ou seja: que não “passam fome”. Segundo alguns pesquisadores, pode ainda haver situações de generalizada pobreza em uma determinada localidade (devido à precariedade do acesso à moradia, educação, saneamento básico), sem que a sua população passe fome.
Pode-se também adicionar uma outra distinção conceitual importante: pobreza absoluta (insuficiência de renda) e pobreza relativa (decorrente da desigualdade social e concentração de renda)
Em termos hipotéticos uma sociedade pode apresentar elevados níveis de desigualdade e baixos índices de pobreza absoluta; ou ainda, pode ser uma sociedade relativamente igualitária sem que a população tenha as suas necessidades básicas atendidas.
No caso do Brasil, convive-se com os dois tipos de pobreza, e ambas apresentam níveis absurdamente elevados. Mais do que isso, a desigualdade na distribuição de riquezas é fator determinante dos altos índices de pobreza.
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